quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ministra da Educação quer que o Secundário se adapte às necessidades das Universidades



 O documento não está encerrado e vai agora submeter-se a um período de discussão pública com todos os intervenientes no processo educativo do país. O Ensino Secundário Clássico vai dar lugar ao Ensino Secundário Geral (ESG) e o actual Ensino Técnico passa a designar-se Ensino Secundário Técnico (EST). A reforma do Ensino Secundário vai também acabar com as secções A, B, C, D, E, F e G para dar lugar a duas grandes áreas de ensino: Letras, Artes e Ciências Humanas, de um lado, e Ciências Económicas e da Natureza, do outro. O 13° ano do Técnico vai passar a 1° do Secundário Técnico.

A denominação dos anos, nos dois sistemas de ensino, vai ser igual. Os alunos vão começar no 7° ano e terminam no 1° do secundário. "Nós pensamos que os alunos que consigam chegar ao 1° ano do secundário, num ou noutro sistema, vão estar aptos a lançarem-se no Ensino Superior", diz a ministra da Educação. Mady Delvaux-Stehres diz ainda que acaba aqui a época em que se pensava que apenas o ensino clássico dava acesso à Universidade. Os chumbos no 7° ano vão acabar e os alunos vão aceder imediatamente ao 6°. Os dois anos vão começar a funcionar como um bloco contínuo. A avaliação dos conhecimentos para estes dois anos só se efectuará no final do sexto ano. É ainda no sétimo ano que os alunos vão receber a ajuda de um tutor que os deverá orientar e ajudar em todo o percurso escolar. Os alunos que conseguirem atingir os objectivos passam directamente para o 5° ano. Os outros vão para o 5° de "raccordement". Aqui o aluno trabalha num plano de formação especifico que lhe permitirá seguir no Secundário Geral ou o levará para o Secundário Técnico.

O 4° é o ano da especialização. No ESG, os alunos vão poder escolher entre fazer um curso de aprofundamento de matemática (para os que querem ir para Ciências) ou um curso de aprofundamento de Francês (para os que querem seguir Letras). Os alunos mais motivados poderão escolher ambos os cursos.
No terceiro ano, os alunos terão que escolher quatro áreas de especialização.

No segundo ano vão ser precisas apenas duas. Nesta altura, os alunos da área de Letras vão ter que estudar duas línguas a um nível "muito exigente" e uma outra a um nível "exigente". Para os alunos de Ciências, os níveis a atingir na aprendizagem das línguas são menos exigentes: uma de nível "muito exigente" e outra de nível "exigente". É ainda no segundo ano, quer do Geral quer do Técnico, que os alunos vão ter de realizar um trabalho individual, uma espécie de tese, que será apresentada pelo aluno diante de um júri, no final do ano. Para a realização deste trabalho o aluno vai contar com a ajuda de um professor- orientador.

UMA REFORMA ADAPTADA AO TEMPO PRESENTE

O actual sistema de Ensino Secundário foi desenhado nos anos sessenta. A ministra da Educação não tem dúvidas: o sistema está desactualizado. "Basta observar que na altura a maior parte dos alunos inscritos na escola primária falava luxemburguês. Hoje, apenas um terço dos alunos inscritos na escola fala luxemburguês em casa.

A ministra quer ainda combater o abandono escolar. Segundo os números divulgados pelo Ministério da Educação, no final do ano lectivo 2008-2009, 9 % dos alunos abandonaram a escola sem ter terminado o ensino obrigatório. Em 2004 a taxa atingia os 17,2 %. "Ainda que a taxa de abandono escolar tenha vindo a diminuir ao longo dos últimos anos, a verdade é que ainda há muitos alunos que abandonam a escola sem qualquer diploma", diz Mady Delvaux-Stehres. "É também por isto que a reforma do Ensino Secundário é indispensável, como resposta às novas exigências das Universidades e do mundo do trabalho", conclui a ministra. O insucesso escolar é outra dor de cabeça para os responsáveis do Ministério da Educação. Em 2009, 20 % dos alunos do Ensino Fundamental, 19 % dos alunos do secundário e 62 % do Técnico estavam "atrasados" em relação à idade a que teoricamente corresponde ao seu nível de estudos.

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