sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

E se o Luxemburgo desaparecesse?

Nos seus novos romances, dois autores luxemburgueses imaginam o desaparecimento do Grão-Ducado nas tribulações económicas mundiais que vão assolar o mundo nos próximos anos e décadas.


Em "La Troisième Crise" (Ed. Phi), de Jean-Louis Schlesser, a acção decorre no Verão de 2012 e activistas luxemburgueses fazem explodir uma bomba nos Jogos Olímpicos de Londres. Tudo porque as instituições europeias desertaram o Luxemburgo, o que provocou a eclosão da bolha imobiliária e o aumento do desemprego para mais de 25 % no país. A única salvação do Grão-Ducado, acreditam estes activistas, é o Luxemburgo tornar-se a capital de um novo território, a Grande Região, numa espécie de "Império Europeu do Meio", que é um velho sonho medieval de uma grande Borgonha unida.

 

No romance "2129-Chasse à l'homme de l'art" (Éditions de l'officine), Enrico Lunghi imagina, no séc. XXII, um Grão-Ducado desmembrado, fazendo parte da província SarreLorLux. Na capital grã-ducal, a Gëlle Fra foi substituída por uma estátua de Juncker, e apenas os funcionários públicos ainda falam luxemburguês. O centro da capital tornou-se uma kasbah multirracial, onde se fala mandarim, hindi e ... português. No Kirchberg, Pedro, um milionário ermita português, transformou o Mudam em palácio privado, de onde observa e manda na cidade, como se fosse o seu feudo reservado.
 

Texto: José Luís Correia

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