quarta-feira, 21 de março de 2012

Festival das Migrações: Catchupa rica foi rainha da gastronomia cabo-verdiana



A gastronomia cabo-verdiana esteve em destaque no Festival das Migrações, com um dos stands de cozinha mais concorridos. O chamariz tem sido o mesmo de todos os anos: a catchupa.

Em Cabo Verde, a catchupa rica é feita com diversos tipos de carne e a catchupa pobre é feita apenas com peixe, sendo esta acessível a todas as famílias, dada a abundância de peixe. Além da carne ou do peixe, a cachupa leva feijão, milho e grão estufados e ainda pode ser servida com legumes, como a batata, a abóbora, couve, mandioca ou banana. O resultado pode variar segundo as combinações dos ingredientes, mas sempre com um sabor sabe (delicioso).

No Festival das Migrações deste ano, a catchupa rica foi mais uma vez a rainha da cozinha cabo-verdiana, ainda que sem muitos legumes a acompanhar.

O CONTACTO foi provar o prato mais típico da gastronomia de Cabo Verde e ouviu a associação cabo-verdiana com sede no Luxemburgo, Ami ku Nhos, que continua à frente do stand.

"Estamos há oito anos seguidos aqui no stand da cozinha cabo-verdiana. Se o CLAE continua a contar connosco é porque confia no nosso trabalho. Da parte da associação Ami ku Nhos, estamos sempre disponíveis para participar e sentimo-nos gratos por isso", disse o presidente da Ami ku Nhos, Otílio Moreira.

A par do stand da cozinha portuguesa, o stand de cozinha cabo-verdiana esteve sempre com muito trabalho para confeccionar e servir as iguarias locais aos visitantes, durante o fim-de-semana.

"Este ano há ainda mais gente que vem cá ao nosso stand e não são só cabo-verdianos, mas também portugueses, luxemburgueses, franceses, belgas e outras nacionalidades. Como não podia deixar de ser, dentro da nossa gastronomia, o que as pessoas procuram mais é a catchupa. As pessoas gostam muito e perguntam onde podem comprar mais. Também vêm cá beber o grogue de Santiago e provar o nosso típico pastel de atum, doces de coco, donets cabo-verdianos, etc.", contou Otílio Moreira.

Entre os 19 voluntários do stand cabo-verdiano, contavam-se duas portuguesas.

A portuguesa Sara Semedo trabalha na cozinha da Ami ku Nhos há oito anos, altura em que a associação começou a participar no festival e já se sente à vontade na cozinha cabo-verdiana.

"Aprendi a fazer catchupa e estou à vontade na cozinha cabo-verdiana. Já trabalho com eles desde que começaram, há cerca de oito anos, e venho cá todos os anos trabalhar. Adoro trabalhar com a comunidade cabo-verdiana e sinto-me como na minha casa”, disse Sara Semedo.

A associação Ami ku Nhos completa no final deste ano o seu 12o aniversário e tem-se destacado também na cultura com danças cabo-verdianas, grupo de batucadeiras, entre outras actividades.

Texto e fotos: Henrique de Burgo 

Sem comentários:

Enviar um comentário