domingo, 11 de março de 2012

Luxemburgo: Cônsul não vai ser substituído


 José Carvalho Meneses Rosa vai regressar a Lisboa no final do mês de Junho. 
 O diplomata atinge os 60 anos e por isso vai ter de deixar o posto consul
O cônsul de Portugal no Luxemburgo atinge o limite de idade para poder exercer funções no estrangeiro e vai regressar a Lisboa no próximo mês de Julho. A grande novidade é que o lugar não vai ser preenchido. O futuro número dois da Embaixada de Portugal vai acumular as funções de cônsul.

José Carvalho Meneses Rosa vai fazer 60 anos e por isso tem de abandonar o posto consular do Luxemburgo. A notícia foi confirmada ao CONTACTO pelo próprio cônsul do Luxemburgo.

O cônsul do Luxemburgo garante que não sabe quem o vai substituir, mas o CONTACTO sabe que o posto de cônsul-geral no Luxemburgo não vai ser preenchido. Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, garantiu ao CONTACTO que o governo vai extinguir um dos actuais três postos diplomáticos no país – embaixador, o número dois da Embaixada e o cônsul.

No futuro, segundo a mesma fonte, a representação diplomática portuguesa no Luxemburgo vai contar apenas com dois diplomatas, ou seja, a nova embaixadora, Rita Ferro, que ainda está na Tunísia e que ainda
Rita Ferrro
não tem data marcada para chegar ao Grão-Ducado, e o número dois da Embaixada, que habitualmente é também o encarregado de negócios na ausência do embaixador.

Resultado: o segundo diplomata da Embaixada vai acumular as funções de cônsul no Luxemburgo.

Rui Martinot Correia
O actual número dois da representação diplomática portuguesa, Rui Martinot Correia, tem os dias contados no Luxemburgo. Vai ser substituído e para o seu lugar virá um novo diplomata de carreira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou ao CONTACTO a notícia. Miguel Guedes, o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, afirma que "as funções" de cônsul "passam a ser garantidas pelo número dois da Embaixada". Miguel Guedes diz ainda que o diplomata não vai ser nomeado cônsul-geral de Portugal no Luxemburgo porque assim "não poderia substituir a embaixadora como encarregado de negócios na sua ausência".

O porta-voz do MNE garante que se trata apenas "de uma formalidade, mas na prática todas as funções do cônsul-geral vão ser asseguradas sem qualquer alteração".


POUCO MAIS DE DOIS ANOS À FRENTE DO CONSULADO

Meneses Rosa chegou ao Luxemburgo há pouco mais de dois anos e em Junho, altura em que vai deixar o posto, terá completado dois anos e oito meses. "Por lei, o mandato de um cônsul é de três anos, no máximo quatro, mas há casos em que se faz um quinto ano. Eu vou ter apenas de fazer dois anos e oito meses", diz ao CONTACTO.

Meneses Rosa diz que ainda pediu a Lisboa para continuar por mais algum tempo à frente do posto consular, mas o pedido não foi aceite. "Lisboa não negou o meu pedido, mas disseram-me que eu tinha de voltar. É normal que eu tenha pedido, mas também é normal que me tenham dito para regressar", diz o cônsul ao CONTACTO.

"Eu estou aqui há pouco tempo, agora é que começo a conhecer a comunidade portuguesa no Luxemburgo e penso que estou a fazer um bom trabalho aqui no Consulado. Por tudo isto pedi para ficar, mas vou ter de regressar no fim de Junho a Lisboa", desabafa Meneses Rosa ao CONTACTO.

O actual cônsul de Portugal no Luxemburgo é casado e o filho mais novo frequenta uma escola internacional no Grão-Ducado. Em finais de Junho vão todos regressar a Portugal. "Vamos todos porque eu não tenho hipóteses de continuar a pagar a escola do meu filho".

Texto: Domingos Martins
Fotos: M. Dias

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