segunda-feira, 20 de julho de 2009

Instalação da fábrica da Nissan: Portugal é país-laboratório para novo carro eléctrico

A construção de uma fábrica de baterias para carros eléctricos em Portugal, anunciado esta segunda-feira pela aliança Renault-Nissan, faz parte de um plano negociado com o Governo português e que inclui um projecto-piloto com o objectivo de criar uma rede de abastecimento destes veículos.

A intenção é criar dentro do país um mercado de carros movidos a electricidade que servirá de teste para a Renault-Nissan avançar para o mercado mundial.

Um dos problemas com que se têm deparado os construtores mundiais de automóveis é a inexistência de uma rede de abastecimento de base eléctrica e a pouca disponibilidade das petrolíferas em avançar para este tipo de projectos.

Por isso, há um ano, o Governo assinou com o grupo Renault-Nissan um protocolo para estudar as melhores condições para comercializar veículos eléctricos. Uma das premissas do acordo era que as empresas e os autoridades centrais e locais criassem as condições para o desenvolvimento de uma rede de abastecimento.

A 29 de Junho último foi lançada a rede nacional de carregamento para veículos eléctricos (Mobi-E), que prevê 320 locais de abastecimento de carros eléctricos em 2010 e 1.300 daqui a dois anos. Para começar estão envolvidas 21 cidades e empresas de topo e organismos de investigação como a Efacec, a EDP Inovação, a Novabase, a Critical Software e o CEIIA, o Centro para a Excelência e Inovação na Indústria da Mobilidade.

Este compromisso terá sido essencial para que a Nissan decidisse esta segunda-feira que Portugal iria acolher uma nova fábrica de baterias, um componente essencial aos veículos eléctricos.

Estão reunidas as condições para que na Primavera de 2011, data prevista pela Renault-Nissan, possa arrancar a comercialização em Portugal do carro eléctrico da marca, um modelo que o presidente, Carlos Ghosn, diz ter uma "autonomia de 160 kms com o ar condicionado no máximo".

O novo veiculo será apresentado no próximo dia 2 de Agosto no Japão e será um carro familiar "com cinco lugares", uma boa capacidade de aceleração e uma velocidade máxima na ordem dos 145 kms/hora, explica a marca.

A produção em larga escala, acrescentou o presidente da Renault-Nissan, apenas está prevista para 2012.

Ghosn considerou que o objectivo é que o carro eléctrico, "excepto a bateria, não seja mais caro que uma viatura diesel" e que depois o automobilista "vá alugar" a bateria "ou pagar uma assinatura como com um telefone portátil".

"O aluguer da bateria e o seu carregamento devem custar mais barato que encher o depósito de gasolina", indicou ainda.

Sem comentários:

Enviar um comentário