O navio de carga Arctic Sea, com tripulação russa de 13 homens, deixou de estar em contacto com terra junto da costa portuguesa a há mais de duas semanas, pode ler-se na edição electrónica do Sovfakht, jornal russo especializado em transportes marítimos.
Segundo o director deste jornal, Mikhail Voitenko, o navio, que navegava sob bandeira de Malta, deveria ter chegado a um porto argelino no passado dia 4 de Agosto, mas não existe qualquer tipo de comunicação com ele desde 28 de Julho.
“O navio literalmentente desapareceu, não há comunicação com ele, nem o armador, nem os parentes sabem da sua localização. O navio está a ser procurado por todos os serviços, incluindo armadas militares”, acrescentou.
“Um navio desse tipo não pode desaparecer facilmente, não podia afundar-se antes de lançar um SOS, isso é simplesmente impossível”, frisou.
Segundo o diário finalndês Helsingin Sanomat, citando autoridades portuárias espanholas, o navio de carga não teria atravessado o Estreito de Gibraltar.
Fonte da Lusa em Moscovo não exclui a possibilidade de este desvio do navio de carga estar ligado ao tráfico de droga.
Segundo o jornal electrónico russo SeaNews, que cita informações difundidas pelo Ministério dos Transportes e da Marinha de Guerra da Rússia, o Centro de Coordenação e Salvamento Naval do Ministério dos Transportes da Rússia enviou ao organismo homólogo português “um pedido de informações sobre o navio desaparecido e apelou que, se as tivesse, as comunicasse aos navios que navegam na zona”.
O jornal electrónico escreve que esse pedido foi enviado depois de a companhia Solchart Arkhangelsk, proprietária do navio, ter recebido um telefonema anónimo que comunicava o desvio do navio.
Navio visto pela última vez na latitude de Lisboa
Segundo esse jornal, o navio encontrava-se na latitude de Lisboa a última vez em que houve contacto com ele, no dia 1 de Agosto.
“Às 2h44 de 9 de Agosto foi recebida a resposta de Lisboa, onde se afirma que as autoridades da Finlândia estão a investigar o caso do navio e que não dispunham de quaisquer informações sobre o navio”, acrescenta o SeaNews.
“Segundo informações do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal transmitidas à Embaixada da Federação da Rússia, a Marinha de Guerra de Portugal declarou que esse navio não se encontra nas águas territoriais de Portugal”.
Na véspera, a Marinha de Guerra da Rússia admitiu que o “Arctic Sea”, que navegava com bandeira de Malta e com uma tripulação russa de 13 ou 15 membros, teria desaparecido nas águas territoriais portuguesas, tendo anunciado o início de operações de busca.
Na sexta-feira passada, a rádio finlandesa YLE informou que o navio teria sido desviado no Mar Báltico, quando navegava da cidade de Ikovstadt rumo à Argélia. Um grupo de homens mascarados, que se apresentaram como agentes da polícia sueca, entraram no navio e realizaram uma busca de longas horas.
Em declarações à imprensa russa, Mikhail Voitenko, director da revista electrónica Sovfakht, que tornou pública a notícia do desaparecimento do navio, admite que o navio não transportava apenas madeira.
“Pode-se afirmar com alto nível de probabilidade que tudo isto aconteceu devido a uma carga qualquer ou material a bordo”, declarou ele à agência ITAR-TASS.
Voitenko foi mais concreto nas declarações que fez ao diário Izvestia: “Talvez transportassem droga”.
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