As situação de arribas em maior risco detectadas na inspecção extraordinária efectuada em todo o litoral nacional são as das regiões do Algarve e Tejo, sobretudo na zona Oeste, onde serão feitas até final do mês de Setembro 17 derrocadas controladas.
De acordo com a avaliação extraordinária de risco de arribas efectuada a nível nacional após o acidente na praia Maria Luísa, no Algarve, onde morreram cinco pessoas, na Região Hidrográfica do Algarve foram vistoriadas 70 praias e vedados 13 locais por risco de desabamento de arribas.
Os dados foram revelados esta segunda-feira pelo ministro do Ambiente, Nunes Correia, que sublinhou que não há qualquer zona concessionada em situação de risco.
"Por mais intervenção que haja há sempre um risco potencial, porque um terço da costa portuguesa é arriba, mas não há nenhuma zona concessionada em situação de risco", afirmou o governante.
"Fora das zonas balneares há áreas assinaladas como de risco e as pessoas devem ser responsáveis", acrescentou o ministro, destacando que na semana anterior ao acidente na praia Maria Luísa, ocorrido a 21 de Agosto, "a equipa que lá passou não detectou qualquer agravamento da situação de risco potencial que pudesse transformar-se em risco real, como infelizmente aconteceu".
Nunes Correia destacou ainda a "margem de imprevisibilidade na natureza" para afirmar que, apesar do relatório técnico final que apontará as causas do acidente na praia Maria Luísa ainda não estar pronto, entre o s factores que poderão ter contribuído para o desastre podem estar "o sismo ocorrido três dias antes, as marés altas e agressivas e as grandes amplitudes térmicas/dias muito quentes".
"Não acordámos para o litoral com este infeliz acidente, mas seria uma irresponsabilidade não olhar de novo, não fazer o 'double check' ", afirmou Nunes Correia a propósito da inspecção extraordinária realizada pelas administrações das regiões hidrográficas do Norte, Centro, Tejo, Alentejo e Algarve.
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