terça-feira, 27 de outubro de 2009

Gripe A: Pandemia pode intensificar-se na Europa, advertem peritos da UE

O número de contágios e a extensão geográfica da gripe A (H1N1) estão a aumentar na Europa, alertaram na segunda-feira peritos do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Europeia (UE).

É necessário "estar alerta" face a uma nova onda da pandemia, preveniram.

"Em muitos países do continente está a avaliar-se uma recente intensificação da pandemia", disse o perito sobre gripe daquele centro, Angus Nicoll, durante a sua intervenção numa conferência de cientistas europeus sobre doenças infecciosas, realizada hoje em Estocolmo (Suécia) e divulgada na internet.

"Não sabemos quantas novas ondas do vírus vão chegar, a sua gravidade nem quanto durarão. Mas é seguro que virão e que isso acontecerá mais depressa do que se julga", alertou Nicoll.

O perito lembrou as "lições aprendidas" de países onde o Inverno austral já terminou, como a Austrália, onde "não se observou uma maior taxa de mortalidade (provocada por qualquer variante do vírus da gripe) do que em Invernos precedentes", em que o vírus da gripe sazonal foi o predominante.

Todavia, nos Estados Unidos - país em que a expansão do vírus começou antes de ocorrer na Europa - "a mortalidade até agora relacionada com a gripe foi superior", disse.

Segundo Nicoll, "a maioria dos contagiados pelo vírus ultrapassarão a doença por si sós e com sintomas leves", enquanto "uns poucos" poderão ser afectados de forma mais grave "e inclusive morrer".

O perito advertiu para a "maior pressão" a que ficarão submetidos os hospitais - e especialmente as unidades de cuidados intensivos - no caso de a epidemia se intensificar, e salientou a possibilidade de isto suceder na época natalícia, quando os serviços de saúde trabalham a meio gás.

Quanto à vacina, lembrou que é uma medida dirigida a "proteger os mais vulneráveis mas não a deter a pandemia", já que para isso se teria de imunizar uma percentagem mais elevada da população.

Outro dos peritos do centro que interveio na conferência, Tommi Asikainen, desmentiu, por seu lado, que a nova gripe seja "mais leve" do que a gripe comum.

"Existe uma confusão entre o que significa uma pandemia leve e um doença com sintomas leves. O vírus A (H1N1) não é mais leve do que a gripe sazonal, é diferente, já que provoca sintomas mais graves em jovens e grávidas", disse Tommi Asikainen.

"Os políticos repetem a mensagem de que a maioria das pessoas supera a doença sem problemas mas, às vezes, esquecem que 20% das mortes afectaram jovens sem problemas de saúde conhecidos", sublinhou.

Até agora morreram 261 pessoas e outras 63 mil foram infectadas pelo novo vírus na Europa, segundo os dados divulgados sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que também assinalou um total de 414.945 casos e cinco mil mortes em todo o mundo.

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