O diplomata, que falava à agência Lusa no Parlamento após um encontro com o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros, assinalou que "o povo de Portugal é familiar e parecido com os iranianos em muitos aspectos e pontos de vista".
"Por isso, penso que Portugal podia ter um papel importante para perceber (o Irão)", disse.
"O que é divulgado do Irão nos meios de comunicação está muito longe da realidade do Irão, os portugueses podiam facilmente entender os iranianos e desempenhar um papel importante a este nível", adiantou.
Quanto à situação no país, onde no dia 27 de Dezembro se registou a maior mobilização da oposição desde as grandes manifestações que, em Junho, contestaram a reeleição do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, o embaixador disse estar "mais calma".
"O Irão como outros países democráticos não tem só um som (…) as pessoas podem expressar os seus pontos de vista e por isso tem havido protestos (…) acerca de algumas ideias o que é muito natural no nosso país e nos países democráticos, mas penso que agora está mais calmo e a situação está melhor", disse ainda.
Centenas de manifestantes e de membros da oposição foram detidos durante e após a mobilização de 27 de Dezembro, em que confrontos com a polícia fizeram pelo menos oito mortos e centenas de feridos.
Segundo o embaixador iraniano em Portugal, "quando há distúrbios podem acontecer problemas".
"No Irão as pessoas são livres para expressar os seus pontos de vista, mas nos distúrbios lançaram fogo a alguns edifícios privados e governamentais", adiantou.
Insistindo que "a imagem do Irão não é desenhada correctamente nos mass media fora do país", Seyed Rasool Mohajer defendeu que "uma das melhores maneiras para a compreensão e clarificação da situação do Irão é ter mais visitas ao Irão".
Neste sentido, declarou-se confiante de que a viagem de 11 eurodeputados que foi adiada domingo pelas autoridades iranianas poderá realizar-se "em breve".
A eurodeputada Barbara Lochbihler, presidente da delegação do Parlamento Europeu que previa deslocar-se esta semana ao Irão, lamentou segunda-feira o adiamento da viagem à última hora, responsabilizando as autoridades iranianas.
"A relação entre parlamentares, quer dos parlamentos nacionais quer do parlamento europeu, e o Irão é muito importante", considerou o embaixador, explicando que, no entanto, as autoridades iranianas consideraram que esta "não era a melhor altura para um melhor entendimento".
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