O director do departamento de sismologia e geofísica do Instituto de Meteorologia, Fernando Carrilho, admitiu que o sismo de terça-feira, no Haiti, terá provocado "muitas vítimas mortais" e sublinhou que é impossível antecipar a ocorrência destes fenómenos.
"Caso ocorra praticamente em terra, muito próximo de zonas habitadas", um sismo desta magnitude - 7,0 na escala de Richter - pode "provocar um nível de destruição muito acentuado", com "muitas vítimas mortais", disse Fernando Carrilho à Lusa.
O especialista em sismologia salientou que a localização do Haiti, que ocupa o lado ocidental da ilha de Santo Domingo, é numa zona "onde é expectável a ocorrência de sismos desta dimensão", mas contrapôs que "neste momento não é possível, cientificamente, prever data, hora e o local onde vai ocorrer um sismo, pelo menos para efeitos de Protecção Civil".
Embora "nos últimos séculos" tenham sido registados "sismos de grande magnitude na região", o conhecimento científico actual permite apenas "avançar probabilidades de ocorrência e zonas de risco mais elevado".
O sismo ocorreu às 16:53 locais de terça-feira (21:53 em Lisboa), e já foi considerado o mais violento desde 1770 na zona que corresponde ao Haiti e um dos mais fortes dos últimos 20 anos no mundo.
Fernando Carrilho admitiu ainda que, embora sem registo de danos nas zonas habitadas, o sismo de terça-feira possa ter provocado um tsunami.
"Foram medidas, em estações da zona, indicações de que terá ocorrido um tsunami, mas apenas a um nível instrumental", ou seja, "apenas os sensores que medem o nível do mar registaram variações em princípio associadas a um tsunami", mas "não há ainda informações seguras", ressalvou Fernando Carrilho.
O forte sismo de magnitude 7,0 na escala de Richter abalou a ilha de Santo Domingo, partilhada pelo Haiti e República Dominicana, fazendo ruir vários edifícios públicos em Port-au-Prince, incluindo o Palácio Nacional, sede da presidência haitiana.
O sismo foi sentido também em Cuba, na Jamaica e Bahamas.
O epicentro do sismo localizou-se a 15 quilómetros a oeste de Port-au-Prince e a cerca de 10 quilómetros de profundidade, tendo já sido sentidas mais de duas dezenas de réplicas de menor intensidade, com magnitude entre quatro e seis na escala de Richter, de acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos.
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