Tornar mais eficaz o modelo de governação económica europeu é um objectivo crucial que merece o consenso dos 27, especialmente num quadro de recuperação económica e de transição institucional na Europa, agora sob o Tratado de Lisboa.
A opinião é do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Pedro Lourtie, que falou à Lusa depois do primeiro dia de trabalho da reunião informal dos ministros de Assuntos Europeus dos 27, que começou quarta-feira em Segóvia (Espanha).
“Toda a Europa atravessa um momento difícil. O que se sente é uma percepção aguda dos Estados-membros, da necessidade desta estratégia para o futuro da União Europeia (UE)”, disse.
Daí que o segundo dia de trabalhos dos ministros esta quinta-feira seja dedicado às questões económicas, nomeadamente à Estratégia UE 2020, que se seguirá à Estratégia de Lisboa, que, apesar de definir objectivos importantes, não chegou a ser implementada.
“A grande questão é essa, como implementar os objectivos. Nenhum país tem as respostas. O primeiro grande debate sobre este tema terá lugar com os primeiros-ministros no Conselho Europeu de Fevereiro”, explicou Lourtie.
“Todos identificamos esse problema [de falta de implementação da Estratégia de Lisboa]. A de Lisboa fixava objectivos importantes, alguns dos quais se mantêm e outros têm que ser modernizados”, disse.
“Mas a questão é como tornar mais eficaz o modelo de governação”, referiu.
Lourtie rejeitou as críticas que alguma imprensa tem feito à capacidade de Espanha conduzir este debate num momento em que regista indicadores económicos que, no caso do desemprego, são bastante mais elevados do que a média europeia.
“Não há qualquer problema na forma como Espanha vai liderar este debate, ainda há que apresentar propostas. E a própria Comissão [Europeia] tem um papel importante, já que lhe cabe apresentar propostas de base”, disse.
Durante o debate, segundo Lourtie, falou-se igualmente da necessidade de acelerar a implementação do novo quadro institucional europeu que “todos desejam seja feita de forma rápida".
“A UE passou muito tempo a debater instituições e agora tem que as implementar e obter resultados. Há uma clara vontade de que comece a trabalhar para se obter resultados”, disse.
Nos debates de quarta-feira, e entre outras matérias, foi ainda analisado o reforço do Conselho de Assuntos Gerais, que os Estados-membros consideram que “deveria ser reforçado como entidade coordenadora”.
Esta primeira reunião da presidência espanhola ocorre, recordou Lourtie, num momento de transição, tanto pela entrada em vigor do Tratado de Lisboa e dos novos mecanismos, mas pelo facto de a Comissão Europeia estar ainda em gestão.
Daí que a presidência espanhola tenha aproveitado o encontro para dar conta das prioridades e objectivos do semestre em que lidera a UE, e que incluem a implementação do Tratado de Lisboa e o bom funcionamento das novas estruturas europeias.
Foto: Governo.pt
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