terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Haiti/Sismo: Insegurança e violência dificultam missão humanitária

O auxílio aos sobreviventes do terramoto da terça-feira da semana passada, 12 de Janeiro, no Haiti está a ser dificultada por razões de segurança, afirmou recentemente um alto-funcionário que coordena a ajuda humanitária do Governo norte-americano.

Fornecer ajuda humanitária requer "um ambiente seguro", frisou o tenente-general do Exército norte-americano, Ken Keen, explicando que a insegurança e violência nas ruas da capital haitiana têm vindo a aumentar exponencialmente.

"Vamos ter que resolver a situação de segurança", frisou Keen, uma vez que "já tivemos casos de violência que impediram a nossa capacidade de apoiar o Governo do Haiti e responder aos desafios que este país enfrenta."

Quase uma semana após o forte sismo de magnitude 7.0 na escala de Richter, multiplicam-se actos de violência e pilhagens nas ruas da capital do Haiti, com milhares de pessoas desesperadas por água e alimentos a pilharem supermercados e armazéns e a lutarem pelos poucos mantimentos que as agências humanitárias conseguem distribuir.

Os constantes tumultos durante as operações de distribuição de mantimentos fizeram com que as agências da ONU e o Governo haitiano precisem de fortes contingentes de segurança durante essas actividades.

"Nunca anunciamos o local onde vamos distribuir comida para evitar tumultos", declarou o capitão Marco León Peña, do contingente boliviano da missão da ONU no Haiti (Minustah).

León Peña e outras testemunhas relataram cenas de caos e agressões durante operações de distribuição de comida. O Exército norte-americano optou em algumas ocasiões por lançar os pacotes de comida de helicópteros.

Acresce que gangues armados, que já antes do sismo dominavam Port-au-Prince, começaram a percorrer as ruas da capital haitiana armados com catanas e armas de fogo.

Elementos da polícia haitiana chegaram já a abrir fogo sobre um grupo de pessoas que saqueava um mercado na capital do Haiti, provocando pelo menos um morto no domingo.

De acordo com vários testemunhos de pessoas no terreno, a situação no Haiti está caótica e a falta de bens de primeira necessidade está a levar a um aumento de criminalidade que tem vindo a disparar.

No sábado, dois elementos da ajuda humanitária da República Dominicana ficaram gravemente feridos depois de terem sido atacados a tiro quando distribuíam comida na capital haitiana.

Há actualmente cerca de 16 mil soldados dos Estados Unidos no Haiti, dos quais mais de 3.000 estacionados em navios.

O último balanço estima que o terramoto de 12 de Janeiro
fez entre 100 e 200 mil mortos no Haiti Fotos: Arq. LW

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