Já foi a menina dos olhos da economia luxemburguesa, mas agora a praça financeira acusa o forte choque provocado pela crise. Recentemente, numa reunião com a OGB-L, o ministro do Emprego revelou que estão em curso duas dezenas de planos sociais no sector financeiro.
Segundo os números avançados, 600 pessoas foram vítimas dos despedimentos colectivos, aos quais se somam os despedimentos individuais, bem como as supressões de postos de trabalho na sequência de fusões.
Com o objectivo de fazer face a esta situação e de ajudar as pessoas que perderam o emprego, o governo propõe encarregar-se dos assalariados antes que estes engrossem as listas de desempregados. Em colaboração com a administração do emprego – ADEM – e as organizações patronais e sindicais, a acção basear-se-á num diagnóstico de competências, numa reorientação do assalariado através da formação e a reinserção na vida activa.
Segundo o presidente da ALEBA, Associação luxemburguesa dos empregados de bancos e seguradoras, Marc Glesener, "veremos mais claro em 2010". Na verdade, continua a ser difícil dizer quando as nuvens que pairam sobre o sector desde 2008 se dissiparão.
"2010 será um ano cheio de desafios, durante o qual vamos ver em que ponto estamos", afirmou Marc Glesener na cerimónia de Ano Novo do sindicato dos sectores bancário e de seguros.
Para Glesener, a praça financeira só poderá retomar o ritmo de cruzeiro quando for claro que o segredo continuará a assegurar a confidencialidade dos dados. Mas, para já, a ALEBA pede que os subsídios de desemprego sejam prolongados para além dos doze meses.
Evitar o desmantelamento social
Segundo o sindicato, já perderam o emprego, desde o início da crise, cerca de 1.500 pessoas, número duas vezes mais elevado do que os avançados pela Associação de bancos e banqueiros (ABBL) e pelo ministro do Emprego (como é referido no início deste texto).
A diferença explica-se, em parte, pelos despedimentos que Marc Glesener qualifica de "suaves", ou seja, despedimentos de mútuo acordo. Ora, para o sindicato, estes despedimentos nem sempre são assim tão voluntários como parece, já que em grande parte serão provocados pelo "mobbing" (assédio profissional), um problema que, segundo a ALEBA, "se mostra cada vez mais".
Quanto às negociações da "tripartida" anunciadas para a Primavera, Marc Glesener reafirma a mensagem a passar aos colegas sindicalistas que participarão nas reuniões: "Evitar todo e qualquer desmantelamento social".
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