O projecto-piloto dos P&T (Correios) de Dudelange de delegar o trabalho dos carteiros a distribuidores de jornais deixou o sindicato da profissão em estado de alerta. O sindicato dos carteiros luxemburgueses, a "Lëtzebuerger Bréifdréiergewerkschaft" (FSFL), receia uma generalização deste princípio.
A partir desta segunda-feira, 15 de Fevereiro, os P&T vão testar em Dudelange um novo dispositivo em matéria de distribuição do correio. Os quatro actuais circuitos de distribuição do correio vão ser reorganizados em oito itinerários mais curtos. A ideia é que os que os distribuidores de jornais, uma vez finda a sua tarefa, voltem a fazer os mesmos circuitos, desta vez para distribuir o correio. É o que vai acontecer em seis dos oitos circuitos. Os dois restantes serão feitos pelos carteiros. O projecto prolonga-se até Setembro.
Da parte dos P&T nada foi adiantado sobre o objectivo do projecto. Mas, Olivier Mores, porta-voz daquela empresa, não escondeu que esta medida se inscreve no contexto da liberalização do sector, prevista, recorde-se, para 2013. Este sector vai ser liberalizado e o último monopólio dos Correios – a distribuição de cartas de menos de 50 gramas – deixará de ser exclusivo.
O sindicato dos carteiros FSFL, embora reconheça a situação particular, teme que o dispositivo se estenda a todo o país.
"Há quase dois anos que não são contratados novos carteiros", afirma o presidente Eugène Kirsch, para quem essa é a razão da crescente insatisfação dos consumidores, cujo correio chega cada vez mais frequentemente atrasado. Segundo ele, os carteiros estão também descontentes com a carga cada vez maior de trabalho. "É um vulcão que está em ebulição", avisa Eugène Kirsch.
F. Pinto
Foto: Marc Wilwert
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