Os ministros das Finanças da Zona Euro deverão escolher hoje, em Bruxelas, Vítor Constâncio para ocupar o lugar de vice-presidente do Banco Central Europeu a partir de 1 de junho em Frankfurt.
Várias fontes europeias em Bruxelas consideram que o atual Governador do Banco de Portugal será o nome "recomendado" pelos responsáveis das Finanças da Eurolândia.
Yves Mersch, presidente do Banco Central do Luxemburgo (BCL), que também estava na corrida para o mesmo posto, deverá ter sido preterido pela sua proximidade com o presidente do Eurogrupo, o primeiro-miistro luxemburguês Jean-Claude Juncker, e pela sua presidência à frente do BCL, considerada como negativa por vários sindicatos de funcionários do BCE que não queriam ver essas práticas repruduzidas em Frankfurt.
A escolha de Constâncio estaria "garantida" por uma larga maioria que inclui todos os grandes Estados-membros e a maior parte dos pequenos, segundo as mesmas fontes.
A "recomendação" decidida pela maioria qualificada dos 16 ministros das Finanças da Zona Euro terá de receber um "parecer" não vinculativo do Parlamento Europeu, antes de ser definitivamente aprovado pelos chefes de Estado e Governo reunidos em Bruxelas a 25 e 26 de março.
A indicação de Vítor Constâncio para o cargo é considerada praticamente como certa a partir do momento em que, na semana passada, recebeu o apoio da Alemanha, de acordo com a imprensa daquele país.
Berlim pretende que o atual presidente do banco central alemão, Axel Weber, substitua o presidente francês do BCE, Jean-Claude Trichet, em 2011.
Para aumentar as probabilidades do seu candidato seja o escolhido, Berlim sabe que é melhor apoiar um pretendente do sul da Europa, neste caso de um português para a vice-presidência, em vez de um dos outros dois candidatos ao lugar, um luxemburguês e um belga.
O grego Lucas Papademos termina o seu mandato de oito anos em finais de maio próximo, havendo três candidatos ao lugar.
O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, e Yves Mersch eram vistos como os candidatos mais fortes, que partiram com vantagem em relação ao terceiro nome na corrida, o do diretor do Banco Central da Bélgica, Peter Praet.
A reunião de hoje dos ministros das Finanças da zona euro (16 países), que terça feira será alargada aos da União Europeia (27), será dominada pela discussão sobre os problemas orçamentais da Grécia.
Os ministros irão aprovar o programa de estabilidade e crescimento (PEC) atualizado da Grécia, que contém o compromisso do Governo de reduzir em 4 pontos percentuais, de 12,75 para 8,7 por cento do produto interno bruto (PIB), o défice orçamental em 2010.
Os europeus vão exortar as autoridades gregas a tomar medidas drásticas em relação aos salários da função pública e a realizar reformas estruturais no sistema de pensões, sector da saúde, administração pública, mercado de bens, utilização dos fundos europeus e sector bancário, entre outros.
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