A central sindical OGB-L mostra-se bastante crítica com o programa de estabilidade e crescimento do Governo luxemburguês. Na recente reunião do comité nacional, os responsáveis do sindicato não só criticaram fortemente o programa elaborado pelo governo, como pediram ao Parlamento que tome uma posição sobre o assunto.
O programa de estabilidade e de crescimento – enviado há duas semanas para Bruxelas – pode provocar um aumento do desemprego e um novo abrandamento da economia nacional, defendem. Estes são, pelo menos, os receios da OGB-L, que considera que o objectivo de atingir o equilíbrio das contas públicas é não apenas demasiado ambicioso como perigoso.
"Existem sinais encorajadores de retoma económica, mas esta retoma é frágil. O menor erro pode ter consequências desastrosas no mercado do emprego. Não é, por isso, o melhor momento para reduzir os investimentos públicos", explica Jean-Claude Reding.
O presidente da OGB-L diz que, contrariamente ao governo, não está preocupado com a situação económica do país.
"De um ponto de vista macro-económico, não há problemas de competitividade. Constato mesmo que o custo salarial unitário não pára de baixar, o que deveria deixar o patronato contente. Além disso, a exploração bruta das empresas é boa, o que quer dizer que as empresas no Luxemburgo ganham bem a vida...".
Contudo, nem tudo são rosas. Para a OGB-L, o sector financeiro não aprendeu as lições do passado, o que leva o sindicato a pedir um controlo reforçado.
Outro problema é a gestão das empresas. "O funcionamento actual das grandes empresas é mau porque orientado para o curto prazo. Ora, não pode haver retoma durável sem criação de empregos".
Quanto ao programa de estabilidade e crescimento do governo, que serve de base de discussão para a "Tripartida", a OGB-L – tal como a CGFP – lamenta a "margem de manobra mínima" do texto para os parceiros sociais.
"Eu gostaria de conhecer a opinião dos deputados sobre este programa. Lamento que o único objectivo anunciado seja a redução do défice da administração pública. Nem uma palavra sobre o emprego, nem sobre a política ambiental, nem mesmo sobre as origens da crise económica", lamenta Jean-Claude Reding.
"Os assalariados já pagaram os estragos provocados pela crise de que não são responsáveis. Os membros da OGB-L que participarão nas reuniões da tripartida não querem chegar a um acordo a qualquer preço. Não aceitaremos o desmantelamento social", conclui.
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