Adiar as reuniões da Tripartida (n.d.R.: negociações entre o Governo, sindicatos e patronato, que deverão começar em Março) para o segundo semestre deste ano e recusar categoricamente qualquer discussão sobre o estatuto dos funcionários foram duas das conclusões saídas do recente comité federal da CGFP, a Confederação Geral da Função Pública.
Os representantes sindicais da função pública consideram prematuro organizar já um encontro da Tripartida, uma vez que os indicadores económicos são, defendem, incertos. Segundo o secretário-geral, Romain Wolff, o melhor será que a reunião tenha lugar no segundo semestre deste ano.
"O crescimento económico foi de 4,2 % no terceiro trimestre de 2009. O Luxemburgo acaba, por isso, de sair da recessão. Estamos impacientes para conhecer os números do quarto trimestre. Actualmente, a inflação, assim como as taxas dos empréstimos hipotecários, são muito baixas, mas se o crescimento económico regressar em toda a Zona Euro, o banco central não tardará a reagir. Se mexermos agora nos salários, muitos serão os que se arriscam a cair numa situação de sobrendividamento num futuro próximo", afirma.
Para Romain Wolff, o objectivo do governo de reequilibrar as finanças públicas é "demasiado ambicioso", receando ao mesmo tempo que este objectivo reduza a margem de manobra e, portanto, a possibilidade de discussão na Tripartida.
"Porque não esperar pelos próximos meses para ver como a situação vai evoluir?", pergunta.
A CGFP considera que as finanças públicas "não estão tão desastrosas como o governo tenta fazer crer".
"Dispomos de reservas na ordem dos 2,6 mil milhões de euros. Não me parece ilógico usá-las numa altura em que as coisas não vão tão bem como de costume", diz.
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