A longa metragem "Perdida mente", de Margarida Gil, foi premiada no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Independente de Nova Iorque, informou a produtora Ambar Filmes.
O filme foi exibido em março no festival nova-iorquino, mas só esta semana a realizadora foi informada pela organização do evento de que tinha sido distinguida.
"Perdida mente" recebeu o prémio de melhor argumento de longa-metragem na área da produção internacional.
O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Independente de Nova Iorque, criado nos anos 1990, atribui diversos prémios em mais de 50 categorias, repartidas entre produções norte-americanas e estrangeiras.
Os prémios serão entregues em julho em Nova Iorque.
Esta foi a estreia mundial de "Perdida mente", a mais recente longa-metragem de Margarida Gil, que não tem ainda data de estreia comercial em Portugal.
"Não estava nada à espera de receber o prémio, o filme não passou ainda em mais lado nenhum, estou ainda à espera de uma resposta da distribuidora para a estreia. Pode ser que o prémio dê um empurrão para que isso aconteça", disse a realizadora hoje à agência Lusa.
"Perdida mente", rodado há um ano no Entroncamento e em Vila Nova da Barquinha, conta no elenco com José Airosa, José Pinto e a jovem atriz Eunice Correia.
O filme parte da história de um homem que, ainda novo, perde a memória, depois de lhe ter sido diagnosticado a doença de Alzheimer.
"É sobre aquele momento de suspensão de realidade, sobre a alteração da perceção da realidade, em que os sintomas são muito semelhantes aos dos psicóticos", explicou Margarida Gil.
A realizadora aconselhou-se com neurologistas para entender melhor o processo de perda de memória, mas o que lhe interessou mais foi explorar a ideia de uma diferente perceção do tempo e não a degradação física e psicológica de quem padece da doença.
"Perdida mente" tem argumento de Margarida Gil, direção de fotografia de Acácio de Almeida e contou com o apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual.
O filme chegou a ser pensado como uma curta-metragem, mas acabou com uma montagem de cerca de uma hora.
"É uma longa-metragem curta, mas que pode perfeitamente passar nas salas acompanhada de um curta-metragem, por exemplo", sugeriu Margarida Gil.
A última longa-metragem de ficção, o premiado "Adriana", data de 2005, mas Margarida Gil rodou nos dois últimos anos os documentários "Fátima de A a Z", sobre a escritora Maria Velho da Costa, e "Sobre o lado esquerdo", dedicado ao autor Carlos de Oliveira.
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