A cimeira dos chefes de Governo dos 27 estados-membros da União Europeia (UE) na quinta-feira, em Bruxelas, girou quase exclusivamente em torno da questão das expulsões dos 1.700 ciganos de França.
A discussão foi sobretudo agitada e áspera entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que disse que "a discriminação das minorias étnicas é inaceitável".
Sarkozy negou ter discutido com Durão Barroso, apesar de vários participantes da cimeira terem deixado filtrar o contrário.
À saída da reunião, vários chefes de Governo, entre eles o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, testemunharam que a discussão entre os dois homens foi "violenta" e "intensa".
"Os gritos eram tão fortes que podiam ser ouvidos do outro lado do corredor", confiou Juncker.
As expulsões de 1.700 ciganos pela França de volta para a Roménia e a Eslováquia e as duras críticas da comissária europeia de Justiça, a luxemburguesa Viviane Reding, criaram desde terça-feira um ambiente de "cortar à faca" entre Bruxelas e a França.
Bruxelas avança com acção judicial contra a França
Ontem, durante a cimeira, Sarkozy disse aos 27 que a França se sentiu profundamente ferida pela luxemburguesa Viviane Reding, quando esta relacionou as expulsões de ciganos com as deportações da II Guerra Mundial.
"Foram declarações profundamente ofensivas e o meu dever como chefe de Estado era defender a França", disse Sarkozy.
Todos os chefes de Estado e de Governo partilharam a opinião de Sarkozy, considerando infelizes as declarações de Reding.
No entanto, os 27 reafirmaram que apoiam a acção judicial que Reding e a Comissão Europeia pretende abrir contra a França, por considerar que as expulsões de ciganos contrárias à directiva europeia de circulação de pessoas.
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