A reunião bipartida entre o Governo e patronato de sexta-feira sobre o pacote de medidas de combate ao défice das contas públicas, saldou-se num fracasso. A União das Empresas Luxemburguesas (UEL) diz-se contra a indexação salarial prevista para 1 de Outubro de 2011, contra o aumento das cotizações para a Segurança Social e contra o aumento do imposto de solidariedade.
Recorde-se que na quarta-feira passada, Governo e sindicatos chegaram a um entendimento no que respeita ao "índex". OGB-L, LCGB e CGFP concordaram em limitar a uma vez por ano a indexação dos salários, independentemente da subida da inflação. Em troca o Executivo de Juncker abdicou de reduzir em 50% a dedução fiscal sobre os custos de deslocação.
Por sua vez, a UEL propõe uma moratória de dois anos para accionar o "índex" e é categoricamente contra o próximo aumento do salário mínimo previsto para 1 de Janeiro de 2011.
O "índex" é um mecanismo de actualização automática dos salários que o Governo acciona cada vez que a inflação ultrapassa os dois por cento.
O pacote de medidas de austeridade prevê igualmente o aumento das cotizações para a Segurança Social de 5,4% para 5,8%, conforme anunciou na quinta-feira o ministro da Saúde Mars Di Bartolomeo. A reforma da Segurança Social, que ainda não foi apresentada ao Parlamento, estipula que o aumento seja suportado em partes iguais de 0,2% pelos trabalhadores e pelos patrões.
Além disso, o Governo tenciona aumentar o imposto de solidariedade que actualmente se situa nos 4% para 6%.
Contrária a este conjunto de medidas, a UEL considera que atentam contra a competitividade das empresas. O seu presidente, Michel Wurth diz que "por causa da crise perdemos entre 10 a 15% da nossa competitividade nestes últimos anos".
As negociações vão ser retomadas dentro de duas semanas. Em caso de desacordo, "isso seria um mau sinal para o exterior e para os nossos investidores estrangeiros", avisa Michel Wurth.
Foto: Guy Jallay
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