segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Euro: Prémio Nobel da Economia defende ideia de Juncker de emitir eurobonds

O economista Paul Krugman, prémio Nobel da Economia em 2008, defendeu hoje a emissão conjunta de dívida por parte da União Europeia (as chamadas ‘Eurobonds’) para reforçar a solidariedade da união monetária, apesar de admitir que são um risco.

“De forma crucial, a falta de integração fiscal faz da moeda única uma proposição dúbia, na melhor das hipóteses. E isso é um problema para o projeto europeu, de forma geral”, diz Paul Krugman no blogue “A Consciência de Um Liberal”, em http://krugman.blogs.nytimes.com.

“A solidariedade faz-se com medidas económicas que funcionam, não com medidas que não funcionam”, refere Krugman, que acrescenta que a quebra da zona euro “poria um amortecedor naqueles sentimentos de solidariedade que deveriam levar o continente, passo a passo, a uma verdadeira federação”.

O economista diz, por isso, que “se fosse um líder europeu, estaria muito, muito preocupado, e disposto a aceitar grandes riscos, como a criação de E[uro]-bonds para virar as coisas ao contrário”.

Krugman admite ainda que a criação do euro tem tanto de económico como tem de político, num movimento de integração económica que visa ser economicamente produtivo e criar uma “solidariedade de facto”, no reforço da união política.

“Mas a estratégia depende de que cada movimento em direção à integração económica seja um símbolo político e uma boa ideia económica (…) não é claro, de forma alguma, que o euro passe o teste”, acrescentou.

A ideia das ‘Eurobonds’ tem vindo a testar a harmonia política entre os líderes da União Europeia, pelo menos desde que o presidente do Eurogrupo e primeiro ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, junto com o ministro italiano das Finanças, defenderam numa carta pública a possibilidade da União Europeia emitir dívida soberana conjunta.

A chanceler alemã Angela Merkel rejeitou de imediato a proposta, a que a opinião pública da Alemanha também se opõe, considerando que seria o Estado alemão a pagar a dívida dos países mais fracos da zona euro.

A Alemanha é o Estado europeu que beneficia de melhores condições para contrair dívida, graças à confiança dos investidores na sua economia e graças às boas condições das suas finanças públicas.

O governo alemão receia que, caso tenha que emitir dívida em conjunto com membros mais fracos da zona euro, tenha de pagar juros mais altos, para compensar os riscos de incumprimento das economias europeias mais fracas.

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