Os ministros das Finanças da Zona Euro reúnem-se hoje e amanhã no Luxemburgo, à espera de notícias de Atenas e em busca de avanços na implementação das medidas acordadas em julho passado para “salvar” a Grécia e estabilizar o euro.
Numa altura em que ainda se encontra em Atenas uma missão da 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) para avaliar no terreno as medidas adotadas pelas autoridades gregas, ainda não será por isso no Luxemburgo que será decidido o desembolso de nova tranche de ajuda, pela qual a Grécia desespera.
Fonte diplomática indicou que mesmo que a 'troika' conseguisse terminar a sua missão de avaliação antes da reunião do Luxemburgo, é impraticável a elaboração de um relatório em tempo útil para os ministros das Finanças tomarem uma decisão, sendo mais provável que tal ocorra só na semana seguinte.
No entanto, os 17 Estados-membros têm outras questões complicadas com que se preocupar e que deverão ocupar a reunião de hoje, designadamente a necessidade de chegar a um entendimento com vista à efetiva implementação das medidas acordadas a 21 de julho pelos chefes de Estado e de Governo, sobre uma nova ajuda à Grécia e o alargamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
A mesma fonte diplomática sublinhou que, mais de dois meses depois dessa cimeira, nem uma só medida entrou em vigor, e são várias as ameaças que pairam, designadamente sobre a ratificação do reforço e flexibilização do FEEF, face às diferentes leituras que os Estados-membros fazem do compromisso alcançado em julho e a disputas políticas internas.
No que começa a ser uma corrida contra o tempo, dada a urgência da situação, os ministros das Finanças irão procurar alguns progressos, cerca de duas semanas antes de os líderes da Zona Euro voltarem a encontrar-se, o que sucederá a 18 de outubro, no segundo dia de um Conselho Europeu que muitos consideram decisivo.
A nível da reunião do Ecofin, que juntará na terça-feira os ministros das Finanças dos 27, a agenda reserva como principal ponto um debate, lançado pela Comissão Europeia, sobre a “estratégia de saída orçamental”, em torno da possibilidade de alguns países, os poucos que têm alguma margem de manobra a nível orçamental, poderem aliviar um pouco a contenção e investir no crescimento, de forma a prevenir o caminho da recessão.
Os ministros dos 27 irão por fim adotar formalmente o pacote de seis peças legislativas para o reforço da governação económica, conhecido como '6 Pack', aprovado na passada quarta-feira pelo Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Portugal estará representado nas reuniões de hoje e amanhã pelo ministro Vítor Gaspar.
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