quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Jaime Gonçalves é peremptório: No Luxemburgo, táxis não vão baixar preço das tarifas


O presidente da Federação Luxemburguesa de Táxis é claro: "O preço da bandeirada dos táxis não vai baixar porque senão vamos todos à falência". A argumentação do homem forte dos táxis no Grão-Ducado é simples. "O Luxemburgo é o país da Europa, que eu conheço, que mais regulamenta o sector do transporte de táxi. É o único onde existe uma convenção colectiva de trabalho para o sector e que obriga o patrões a pagarem um salário aos motoristas. É um país pequeno, com pouco movimento, onde não há uma cultura de utilização do táxi como meio de transporte, ao contrário do que existe em Bruxelas, em Paris, para já não falar dos Estados Unidos. Por tudo isto, se nós baixássemos o preço da bandeirada, haveria muita gente que acabaria no desemprego".

Tudo isto foi dito ao novo burgomestre da cidade do Luxemburgo, que na passada sexta-feira se reuniu com os representantes do sector.

Janeiro era o mês do "Dossier Táxi" para Xavier Bettel. O burgomestre disse que queria baixar o preço das corridas dos táxis, uma vez que as actuais tarifas afastam as pessoas deste meio de transporte. Bettel dizia ainda que o aumento da utilização dos táxis na capital pode contribuir para o aumento da segurança rodoviária: "As pessoas que saem das discotecas completamente embriagadas não vão pagar 20 ou 30 euros por dez minutos de táxi".

Ora a pretensão do burgomestre acaba por ir água abaixo. Depois da reunião de sexta-feira ficou acordada uma nova reunião para o mês de Março, mas apenas para discutir a questão da futura utilização de carros menos poluentes. "Nós estamos dispostos a dialogar com o burgomestre sobre esta questão. Querem baixar os níveis de poluição na cidade e nós estamos dispostos a ajudar, mas eles têm de participar nas despesas que uma decisão dessas acarreta para as empresas do sector", diz Jaime Gonçalves ao CONTACTO.


O patrão dos patrões do táxi no Luxemburgo não se cansa de afirmar que o problema mais grave do sector passa pela falta de fiscalização das viaturas que prestam o serviço sem a respectiva autorização. Gonçalves garante que no Luxemburgo "há mais de uma centena de carros a circular de forma ilegal. As autoridades têm de aumentar a fiscalização e nessa altura talvez consigamos trazer mais pessoas para dentro dos táxis".  

Domingos Martins 

Foto: Domingos Martins/Guy Jallay

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