A Bolsa do Luxemburgo,organizou a 4 de Março, no novo centro de conferências do Kirchberg, o "Dia da Bolsa 2010". O principal orador foi o ministro das Finanças, Luc Frieden (na foto).
O ministro das Finanças do Luxemburgo brindou a extensa plateia de representantes de países acreditados no Luxemburgo, membros das Instituições Europeias e representantes da Bolsa do Luxemburgo com uma alocução, completamente proferida em inglês, sob o tema "O Luxemburgo na era do G20".
Como não podia deixar de ser, a questão do segredo bancário ou segundo as palavras do ministro a "confidencialidade bancária" esteve em destaque. "O segredo bancário não vai desaparecer nos próximos cinco anos, a questão a responder é qual é o nível de privacidade que pretendemos ter no futuro" afirmou.
Na defesa intransigente da praça financeira do Luxemburgo que recorde-se é responsável por 30 % do produto interno bruto (PIB) do país, Luc Frieden adiantou "queremos atrair os clientes internacionais no Luxemburgo não por questões de privacidade ou segredo bancário, mas pelo nosso elevado nível de serviço, estabilidade social e política e qualidade dos produtos oferecidos". "Somos favoráveis a que os nossos investidores cumpram as suas obrigações fiscais nos seus países de origem", sustentou.
Durante o discurso Luc Frieden deixou também algumas mensagens para o interior do país, designadamente, para as próximas reuniões da tripartida. "Não somos a Grécia, e não queremos passar a ser ", afirmou. "Se nada for feito em 2013 teremos uma dívida de 40 % do PIB, ora isto é inaceitável para um pequeno país como o Luxemburgo e algo tem de ser feito para impedir que tal aconteça. Ao investimento, mesmo que suportado pela dívida externa, dizemos sim, agora à dívida para despesas correntes dizemos, claramente, que não", defendeu.
Segundo o ministro das Finanças "as regras do jogo mudaram" devido à crise financeira, que se tornou económica num primeiro momento e que está agora a resvalar para uma crise social, inclusive no Luxemburgo, onde desde o seu início já se perderam mil postos de trabalho na praça financeira. "A crise ao contrário do que alguns pensam afectou, embora mais tarde, o Luxemburgo, e a retoma vai ser lenta" reconheceu, concluindo que o país precisa de novos produtos e novos mercados para além da gestão de fortunas e dos fundos de investimento.
Grandes desafios são portanto necessários para contornar a actual situação económica: por um lado será urgente estabilizar as finanças públicas e por outro dever-se-à tornar a praça financeira ainda mais competitiva. Para Frieden, a emergência do G20 acabou por ser "o momento mais marcante da actual crise mundial", e a União Europeia tem de fazer ouvir a sua voz nesse novo fórum, onde também se tomam decisões que afectam também países que não estão representados e que portanto correm o risco de não ser ouvidos.
Francisco d’Oliveira
Foto: Marc Wilwert
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