O ministro dos negócios estrangeiros do Luxemburgo advertiu hoje, em declarações ao Die Welt, a Alemanha e a França contra “atitudes de superioridade e arrogância para demonstrar poder” perante os outros países da União Europeia.
“A linha de rumo da União não pode ser ditada pelos grandes países”, advertiu Jean Asselborn.
“O que me incomoda são as atitudes teatrais que a Alemanha e a França têm adotado antes de cimeiras europeias, para depois chegarem a Bruxelas e dizerem que resolveram os problemas e fizeram a Europa avançar”, sublinhou o chefe da diplomacia luxemburguesa.
“A Alemanha tem de compreender que essas entradas em cena dos últimos meses não são proveitosas”, acrescentou Asselborn, apelando à chanceler Angela Merkel para não voltar a falar de responsabilização dos credores privados no caso de bancarrota de um país da zona euro, nem de tirar o direito de voto a um país que não cumpra o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Asselborn disse ainda que no Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, “são precisas decisões claras” sobre um futuro mecanismo permanente de resgate do euro, “para acalmar os mercados financeiros”.
Pano de fundo da controvérsia entre o Luxemburgo, Berlim e Paris é a proposta do chefe do governo luxemburguês, Jean Claude Juncker, para emissão de dívida pública europeia, rejeitada pela chanceler Angela merkel e pelo presidente Nicolas Sarkozy.
Asselborn lembrou na conversa com o Die Welt que os chamados eurobonds não serão tema do Conselho Europeu, acrescentando, porém, que “mais cedo ou mais tarde” serão introduzidos, para ajudar países da moeda única em dificuldades financeiras.
Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário