quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Coreia do Sul: Seul desafia empresários portugueses a explorarem mercado

Os empresários portugueses devem aproveitar as oportunidades do mercado sul-coreano e promover os produtos nacionais num espaço com 50 milhões de pessoas e elevado poder de compra, desafiou o embaixador da Coreia do Sul em Lisboa.

"O volume das transações comerciais entre a Coreia do Sul e Portugal é muito pequeno. Cada vez que me encontro com responsáveis ou empresários portugueses, faço sempre apelos para que as empresas portuguesas apostem na exportação para a Coreia do Sul, onde há mercado para produtos de qualidade ligados à imagem de Portugal, como o vinho e o azeite", disse Kang Dae-Hyun em entrevista à Lusa.

Números do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2010 indicam que as importações portuguesas da Coreia do Sul somaram 247,25 milhões de euros, contra apenas 47,17 milhões de euros de exportações para o país asiático, o que representa um défice da balança comercial bilateral de 200 milhões de euros.

"Por isso insisto que existem muitas oportunidades, e que os empresários e as instituições portuguesas devem organizar uma grande delegação e uma mostra de exportações portuguesas na Coreia do Sul. A promoção é importante no mercado coreano, é preciso vender os produtos e a imagem", afirmou Kang.

O representante de Seul, que está em Lisboa há dois anos, adiantou que da parte portuguesa tem recebido manifestações de interesse genéricas, mas nada de projectos ou ideias concretas.

Kang Dae-Hyun lembrou também que ao abrigo do Acordo de Comércio assinado em 2010 entre a União Europeia e a Coreia do Sul, que entrará em vigor em 1 de Julho deste ano, os produtos portugueses podem entrar no mercado sul-coreano isentos de impostos.

E a título de exemplo das oportunidades a explorar e do trabalho a fazer, o embaixador sul-coreano conta que os coreanos entre os 30 e os 40 anos têm conhecimento do vinho português. Isto porque, "vá lá saber-se porquê", foi utilizado num manual do ensino secundário como exemplo num exercício sobre a noção de vantagem competitiva. No entanto, não é fácil encontrar vinho português à venda na Coreia.

"Os coreanos ouviram falar do vinho português, mas não o conseguem comprar, não o encontram nas prateleiras ao lado do vinho espanhol, italiano, francês, australiano chileno ou da África do Sul", afirma.

Foto: Arquivo LW

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