quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

UE: Espanha e Portugal não representam "qualquer risco" para a Zona Euro, garantiu hoje Juncker

A Espanha e Portugal, países onde as bolsas afundaram devido às dificuldades orçamentais, não representam "qualquer risco" para a estabilidade da Zona Euro, assegurou hoje o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

Por seu lado, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, alertou hoje para a necessidade da Grécia concretizar as reformas com vista a reduzir o défice, mas escusou-se a comentar a situação económica de outros países, como Espanha ou Portugal.

Trichet considerou, durante a conferência de imprensa da autoridade monetária, que as medidas fiscais e salariais anunciadas pelo executivo grego são "passos na direção adequada".

Questionado sobre a situação específica de outros países como Espanha e Portugal, cujos mercados bolsistas estão hoje a reagir negativamente à degradação das respetivas contas públicas, Trichet limitou-se a dizer que todos os países da Zona Euro "devem fazer esforços", mas evitou falar diretamente sobre estes dois específicos.

"É extremamente importante que as atualizações nacionais dos programas de estabilidade e crescimento estabeleçam uma saída clara para a atual situação das finanças públicas", frisou o presidente da autoridade monetária.

Trichet disse ainda que era responsabilidade de todos os Estados-membros manter os níveis do défice controlados.

O BCE decidiu hoje manter a sua principal taxa diretora em 1 por cento, pelo nono mês consecutivo.

O BCE também manteve inalteradas as outras duas taxas de referência, a taxa marginal de crédito e a taxa de depósitos em 1,75 por cento e 0,25 por cento, respetivamente.

O conselho de governadores do BCE baixou em maio o preço do dinheiro, para um por cento, o valor mais baixo de sempre desta taxa desde a criação da união monetária em 1999.

Bruxelas recusa comparação da Grécia com Portugal e Espanha


A Comissão Europeia recusou a ideia de que o comissário dos Assuntos Económicos e Monetários tenha "comparado" a situação económica da Grécia com a de Portugal e Espanha, atribuindo a responsabilidade da relação à imprensa.

"Não penso que tenhamos sido nós a fazer a comparação. Houve muitas perguntas feitas na sala de imprensa ontem [quarta feira]. A imprensa publica muitas comparações desse tipo", disse Amélia Torres, porta-voz de Joaquin Almunia, acrescentando que se deve "atribuir a César o que é de César".

A porta-voz respondia a uma pergunta sobre a reação da ministra da Economia espanhola às declarações de Almunia.

Elena Salgado considerou hoje "pouco prudente" a comparação que Joaquín Almunia fez entre a situação económica em Espanha e na Grécia.

O espanhol Almunia afirmou quarta feira que a Grécia, Portugal, Espanha e "outros países" da zona euro "partilham problemas comuns" como "a perda constante de competitividade" e o elevado défice púbico.

Em declarações à rádio espanhola COPE, Salgado considerou que as declarações eram pouco prudentes e que Almunia "tinha simplificado demasiado" quando mencionou Portugal e Espanha numa resposta sobre a situação na Grécia.

"A situação em Espanha não é parecida com a da Grécia nem em termos de dívida pública nem de força da economia", afirmou Salgado, recordando que, no caso da Grécia, até os dados estatísticos não refletiam a realidade.

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