quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Solidariedade com escolas de Cabo Verde: Associação São Vicente organiza jantar

A Associação São Vicente convida a comunidade cabo-verdiana em geral para o seu “Soirée de Solidarité pour les écoles du Cap Vert”.

O jantar vai ter lugar no Centre de Loisirs, em Steinsel (rue de l’Azette), no sábado, 22 de Outubro, entre as 19h30 e as 3h da manhã e conta com a animação de diversos artistas: Jorge Humberto, Toi Oliveira, Ramiro Lima, Ramiro Da Luz, Djoi D’ninha, Djamil, Humberto Da Graça, Tiago Delgado, Mendyss, Inalino Oliveira, Adelino, David Brazão e o grupo Cabolux. No mês de Julho a Associação de São Vicente enviou um contentor repleto de mobília escolar oferecida pela autarquia de Differdange para as escolas de Cabo Verde.

O montante recolhido durante o jantar vai servir para pagar as despesas de transporte do contentor até Cabo Verde.

O preço do jantar é de 30 euros. Para mais informações contacte: 621 47 19 18, 621 14 62 17, 621 47 20 94.

Balé da Cidade de São Paulo hoje e amanhã no Grand Théâtre, na cidade do Luxemburgo

O Balé da Cidade de São Paulo (assim mesmo, "Balé"), conhecido como a melhor companhia de dança contemporânea do Brasil, actua hoje e amanhã no Grand Théâtre, na capital.

Esta é a estreia no Luxemburgo da companhia de ballet fundada em 1968 em São Paulo. No programa, que alia modernidade e tradição e explora a sensualidade e energia dos bailarinos, três coreografias assinadas por nomes famosos: o catalão Cayetano Soto, o coreógrafo israelita Itzik Galili e o grego Andonis Foniakis.

As peças chamam-se "Canela Fina", "A Linha Curva" e "Paradise Lost", e testemunham o cruzamento de influências portuguesas, brasileiras e americanas de uma companhia fiel à miscigenação da cidade de São Paulo.

Os espectáculos são hoje e amanhã, no Grand Théâtre, sempre às 20h. Os bilhetes custam entre 25 e 15 euros, com preço reduzido para jovens (oito euros).

Reservas pelo tel. 47 08 94 1.

Foto: Sílvia Machado

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Destaques da edição desta semana do Contacto



O CONTACTO desta semana destaca na primeira página a ordenação de Jean-Claude Hollerich como novo arcebispo do Luxemburgo. A cerimónia teve lugar na Sé da capital, na presença dos Grãos-Duques. No final, o novo prelado fez a promessa de participar na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, e até lá "aprender a falar a língua de Camões".

O rescaldo sobre as eleições comunais de 9 de Outubro é outro dos temas tratados nesta edição. Se em algumas autarquias os resultados foram claros quanto ao vencedor, noutras os vencidos multiplicaram esforços para chegar ao poder através de coligações que deixam muito a desejar.

Os Homens da Luta estiveram no Luxemburgo para animar o 19° aniversário da Rádio Latina, tendo também mobilizado dezenas de portugueses no protesto dos indignados realizado na capital.

No desporto, o principal destaque vai para o despedimento de Dan Theis. O treinador de futebol do Dudelange foi a primeira vítima do campeonato devido aos maus resultados do campeão em título, que já se encontra a seis pontos do líder Grevenmacher.

Estas e outras notícias para ler no CONTACTO o maior jornal em língua portuguesa no Luxemburgo.


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Investir no imobiliário português - encontro, dia 25 de Outubro, no Hotel le Royal

Várias entidades do sector imobiliário português vão estar no Grão-Ducado para apresentar alguns projectos desta área em Portugal. Ocasião para debater estratégias, investimentos, financiamento e oportunidades de negócios num encontro a realizar na terça-feira, 25 de Outubro, no Hotel Le Royal, na cidade do Luxemburgo (12, bld Royal), às 18h15.

Entre os temas a debater vão estar o acordo assinado entre o Luxemburgo e Portugal para evitar a dupla tributação, evolução do mercado português nos últimos anos, comparação com outros países, situação económica actual e reformas estruturais, alterações na burocracia portuguesa, mercado do arrendamento, exclusividade em vendas e a questão do investimento no imobiliário português.

Subordinado ao tema "Imóveis em Portugal: Quatro Exemplos exclusivos de investimento", a organização convidou representantes do grupo Entreposto Gestão Imobiliária (EGI), grupo Libertas e da BCA Advogados Bettencourt da Câmara para apresentarem, numa acção de promoção, produtos imobiliários como o Lux Tavira Residences, EGI, Benfica Stadium, Residenciais da Baixa e o Laranjal Design Villas.

O encontro é organizado pela PSO Comunicação Estratégica, que já levou esta acção em Maio a Paris e Bruxelas, estando agendado para 2012, novas iniciativas em Paris, na Escandinávia, Brasil e China.

A abertura da conferência cabe a Rui Martinot Correia, secretário-geral da Embaixada de Portugal.

Para mais informações, tel. (00351) 91 97 67 459, a/c Paulo Oliveira.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Portugal: Orçamento para 2012 entregue no Parlamento esta tarde

O Ministério das Finanças pretende entregar a sua proposta de Orçamento do Estado para 2012 na Assembleia da República por volta das 17h (18h, hora luxemburguesa), e depois haverá uma conferência de imprensa do ministro Vítor Gaspar.

A hora a que o documento será entregue está no entanto ainda dependente de acerto de agenda com a Comissão de Assuntos Parlamentares do Parlamento, e só depois disso será convocada a conferência de imprensa do ministro, informou o Ministério das Finanças.

A proposta que o Governo apresenta hoje na Assembleia da República aposta numa nova onda de medidas de austeridade, muito mais agressiva do que aquilo que estava previsto no programa da troika, que já foram em larga medida anunciadas na passada quinta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Ritmos brasileiros no palco da Kulturfabrik, esta terça-feira

"Magie Noire" é o nome do espectáculo de dança, teatro e música que sobe ao palco da Kulturfabrik (Kufa), esta terça-feira, 18 de Outubro, às 20h.

Os dançarinos, todos eles jovens brasileiros provenientes de favelas do Recife, contam as suas histórias de vida, marcadas pela violência e pelo sofrimento, através dos movimentos em palco.

Nesta passagem pela Europa, o grupo ainda vai actuar na Bélgica e em França. O espectáculo, que é encenado por Laurent Poncelet, resulta da parceria da "Action solidarité Tiers Monde" (ASTM), do Teatro de Esch da Kufa.

Universidade de Aveiro prorroga prazo de entrega de questionários até 31 de Outubro

A Universidade de Aveiro prolongou até 31 de Outubro o prazo de resposta ao questionário online dirigido aos emigrantes portugueses, no âmbito de um projecto de investigação em turismo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Este estudo tem como objectivo avaliar o contributo do regresso e fixação dos emigrantes portugueses para o desenvolvimento do turismo na sua localidade de origem.

O período conturbado da economia portuguesa e o agravamento do desemprego estão na origem do projecto. Neste âmbito, a criação de pequenas e médias empresas, aliada à promoção do turismo, apresenta-se como potencial alternativa para a criação de emprego e rendimento, comparativamente a outros sectores da economia. O regresso definitivo e a participação dos emigrantes em projectos de desenvolvimento turístico nas suas regiões de origem, que são as mais carenciadas em Portugal, poderão contribuir para estimular a economia regional e nacional. Trazendo competências técnicas e, eventualmente, capital financeiro obtidos durante a sua experiência de emigração.

Se é emigrante e pretende participar e manifestar a sua opinião em relação a este projecto, poderá fazê-lo até 31 de Outubro, preenchendo um questionário localizado em http://questionarios.ua. pt/index.php? sid=24619〈=pt , na internet, ou, em alternativa, na página do projecto criada recentemente na rede social facebook (em www.facebook.com/EmigrantesPortugueses ). Os responsáveis do estudo informam também que a opinião de cada inquirido será tratada confidencialmente, pelo que os resultados finais nunca identificarão directamente os participantes.

Após a recolha dos dados seguir-se-á o respectivo tratamento e análise.

As conclusões serão anunciadas a partir de Abril de 2012.

Europa: 43 milhões de pessoas sem dinheiro para comer

Cerca de 43 milhões de pessoas estão em risco de carência alimentar na Europa e não têm meios para pagar uma refeição completa e 79 milhões vivem abaixo do limiar de pobreza, indicam dados do Programa Europeu de Apoio Alimentar.

Hoje assinala-se o Dia mundial contra a pobreza extrema e o Programa Europeu de Apoio Alimentar realiza, em Bruxelas, uma conferência de imprensa para abordar o tema, com a presença de representantes do Comité Económico e Social e de instituições de solidariedade social, entre as quais a Federação Portuguesa de Bancos Alimentares.  

A AJUDA DOS BANCOS ALIMENTARES

O ano passado, os 240 bancos alimentares distribuíram 360 mil toneladas de produtos alimentares a instituições de solidariedade social em 21 países europeus. Estas Instituições distribuíram os produtos a pessoas carenciadas sob a forma de cabazes ou de refeições; mais de metade do total dos alimentos entregues provinham do Programa europeu que ajudou 18 milhões de pessoas carenciadas.  

EXCEDENTES AGRÍCOLAS EM QUEDA

Iniciado em 1987, o Programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados (PCAAC) permite fornecer alimentos produzidos com os stocks dos excedentes de produtos agrícolas, os chamados "stocks de intervenção".

No entanto, estes stocks têm vindo a diminuir ano após ano devido às reformas da PAC e ao acréscimo de procura de produtos agrícolas no mundo.

O PCAAC tem contribuído para combater a pobreza e promover a inclusão social: 18 milhões de cidadãos europeus beneficiaram este ano deste programa comunitário em 20 Estados-membros da União Europeia.

Aulas em Língua Portuguesa arrancam em Belval

As aulas de Língua e Cultura Portuguesa vão começar no novo Liceu em Belval. Os cursos destinam-se ao 7° ano e vão ser leccionados à terça-feira, das 13h às 16h, na sala B 110.

Inscrições até 28 de Outubro pelo tel. 45 24 03.

Foto: Marc Wilwert

"Os portugueses do Luxemburgo estão desligados do trabalho comunitário"

Tem 75 anos, é avó, está reformada há quase uma década, mas não lhe falta trabalho. Elza Chambel é a coordenadora nacional do Ano Europeu do Voluntariado em Portugal e veio ao Luxemburgo para um encontro internacional. A mulher que dedicou a vida inteira ao voluntariado aproveitou para sentir o pulso ao trabalho voluntário no Luxemburgo. Deixa duas críticas: diz que o coordenador luxemburguês foi "um erro de casting", e gostava de ver os imigrantes portugueses mais activos no voluntariado.

O CONTACTO apanhou Elza Chambel entre duas conferências organizadas pela Maison des Associations, na sexta-feira. "Apanhou" é o termo certo: Elza Chambel já é avó, mas quem a conhece sabe que a vida da coordenadora nacional do Ano Europeu do Voluntariado em Portugal é sempre a correr. A caminho do aeroporto de Findel, já tem plano traçado: "Se o avião chegar a horas, chego a Lisboa às 23h30, meto-me no carro, vou para Santarém, durmo um bocadinho, e amanhã volto a apanhar o avião às 10 da manhã para ir para a Volta do Voluntariado nos Açores".

É assim a vida de Elza Chambel, uma feminista "avant la lettre" que lutou pela integração das mulheres na Função Pública e montou de raiz o Instituto de Segurança Social em Angola, a pedido da Organização Internacional do Trabalho: sempre a correr.

CONTACTO: Para quem está reformada há já quase 10 anos, tem muito trabalho… Tem tempo para dormir?

Elza Chambel: No outro dia houve uma revista que me perguntou, então quantas horas é que você faz? E eu disse "não sei, mas olhe que há dias que são mais de 12”. Mas olhe que eu quando me reformei não era para parar, sabe? Eu acho que, contrariamente àquilo que muita gente pensa, a reforma não é para a pessoa ficar parada num canto, é para fazer aquilo que gosta de fazer, mas também é para não esquecer as competências. E eu há uma competência que ao longo dos meus 42 anos de serviço público fui adquirindo.

CONTACTO: O voluntariado. É um bichinho que já mexe desde o liceu, não é?

Elza Chambel: Sim. Mas tenho jeito para formar equipas, sabe? Como sou muito preguiçosa, ponho toda a gente a trabalhar [risos]. Eu entrei no voluntariado, que na altura não se chamava assim, na Conferência de São Vicente de Paulo com uma professora de física no liceu de Bragança. Foi no meu terceiro ano de liceu, tinha para aí 14 anos, não tinha 15 sequer, e ela desafiou-nos a irmos visitar as famílias mais pobres que moravam na vila. A vila em Bragança, ainda hoje se chama assim, é a parte murada ao pé do castelo onde moravam as famílias mais pobres. E eu depois fui ficando.

CONTACTO: É licenciada em Direito, mas foi convidada para montar o contencioso da Segurança Social e fez lá a maior parte da carreira. Foi a primeira chefe de divisão, o que na altura não era possível.

Elza Chambel: Pois, as mulheres só iam como chefe de secção, era um regulamento de 73. Eu fui a uma reunião do sindicato, quatro meses depois de estar na Segurança Social, e no fim perguntaram-me o que é que eu achava do estatuto. E eu disse: “Olhe, penso muito mal, porque eu admito perfeitamente não ser promovida, agora por ser mulher, uma discriminação sexual, não admito. E os homens entram como directores de serviço ou como chefes de divisão. Eu tenho licenciatura em Direito, sou mais qualificada do que eles, mas entro como chefe [de secção], não admito". O que é certo é que ao fim de um ano e meio conseguimos que as mulheres deixassem de ser descriminadas. E depois deu-se o 25 de Abril e fez-se a junção da Previdência com as Casas do Povo, e eu fui convidada para ser directora. Disse que não. Dizia-me então um secretário de Estado: "Ah, então tem de ir um coronel”. E eu: "Ah, não, tropas não. Então eu vou". Fui a primeira presidente do Centro Regional de Segurança Social de Santarém. Em 90 saí, mudou o governo, e consideravam-me um bocado colorida demais, era muito cor-de-rosa.

CONTACTO: Foi nessa altura que foi para Angola, criar o Instituto Nacional de Segurança Social de raiz.

Elza Chambel: Eu tinha o meu lugar lá mas a Organização Mundial do Trabalho propôs-me um trabalho em Angola, no tempo da guerra ainda. Entre Março de 91 e Setembro de 92. Não foi fácil. Mas foi bom. Formámos a equipa com um jovem alemão que era o "focal point" no programa de apoio ao desenvolvimento, e com o director nacional também criámos uma equipa, de tal maneira que fazíamos as coisas antes e só mandávamos dizer que já estavam feitas para o ministro assinar. A Organização Mundial de Trabalho considerou que realmente tinha sido um bom trabalho.

CONTACTO: É uma apaga-fogos.

Elza Chambel: Eu costumo brincar a dizer que hei-de pôr no meu cartão de visita "arrumadora profissional". E depois era preciso arrumar uma casa, que eram os serviços sociais, e lá fui eu para presidente dos serviços sociais da luta contra a pobreza.

CONTACTO: Nasceu no Rio de Janeiro mas veio muito cedo para Trás-os-Montes. É uma carioca transmontana?

Elza Chambel: Os meus pais viviam no Brasil, eram emigrantes. Eu nasci no Rio de Janeiro, em Ipanema. Andei no colégio até aos 10 anos, e vim para Portugal por acidente. O meu pai morreu quando eu tinha nove anos, eu sou a mais velha dos meus três irmãos, e a minha mãe ficou com três crianças. Tinha umas coisas poucas, que em Trás-os-Montes era tudo pouco, umas propriedades no concelho de Vinhais, em Sobreiró de Baixo. Fui transplantada em 1946 de Copacabana para Vinhais. Não havia telefones, não havia telemóveis, não havia telex, não havia nada nessa ocasião, muito menos computadores.

CONTACTO: Essa transição tão cedo, esse choque entre dois modos de vida completamente diferentes, foi seminal? Estruturou-a, de alguma forma?

Elza Chambel: Ouça, quando eu penso nisso (durante muito tempo não pensei nisso), penso que realmente valeu a pena, sabe, porque se calhar foi aí que eu comecei a aprender a dar importância ao que é fundamental e não ao que é acessório. E mesmo quando o mundo todo está a tombar, eu acho que é possível ir lá buscar uma pedrinha e fazer qualquer coisa. E aprendi também a não me levar muito sério, por exemplo…

PORTUGAL É UM "CASE-STUDY"

CONTACTO: É a presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado e foi convidada para chefiar também a Coordenação do Ano Europeu do Voluntariado em Portugal. Com bons resultados.

Elza Chambel: Sim, Portugal está a ser está a ser considerado um "case study" da União Europeia. Isto é público, cada vez que lá vai alguém diz "ah, vou a Portugal ver como é que é".

CONTACTO: O que é que Portugal está a fazer melhor do que os outros países?

Elza Chambel: Olhe, é simples. Para já, eu tenho uma vantagem, conheço o terreno todo. Já estava no negócio, digamos assim. O prazo para apresentar o projecto que cada país tinha era dia 15 de Setembro. Se calhar por eu ter sido notária, o prazo para mim era para cumprir, e a 14 de Setembro o projecto foi. A maior parte dos outros países consideraram que era um prazo indicativo e não vinculativo. Resultado: no dia 13 de Outubro nós já tínhamos o financiamento e os outros países ainda não tinham apresentado a candidatura.

CONTACTO: Durante estes dois dias, teve tempo para sentir o pulso do Ano do Voluntariado aqui no Luxemburgo?

Elza Chambel: Ouça, esta associação [Maison des Associations] trabalha lindamente. A Nicole, que é mulher do Guy Reger [presidente da APL], era a presidente da agência de Bénévolat do Luxemburgo, a fazer um trabalho notável. Mas eu quanto a mim, não tenho nada a ver com isso, acho que houve um erro de “casting”. E a pessoa que foi nomeada coordenador nacional do Ano Europeu do Voluntariado [Jacques Küntziger, funcionário], acho que foi um erro de “casting”… Encontrei-o duas vezes lá nas reuniões, mas mesmo eles dizem que a agência de Bénévolat é que fazia as coisas e ele aparecia.

CONTACTO: Cá, durante estes dois dias, falou-se muito de portugueses e da integração dos portugueses…

Elza Chambel: Que é muito boa, aqui no Luxemburgo.

CONTACTO: Foi a impressão com que ficou?

Elza Chambel: Tenho desde sempre realmente a impressão que, comparativamente a outros países, é uma boa integração. Mas também tenho a sensação que os portugueses da segunda geração já não passaram os problemas que passaram os da primeira geração e estão um bocadinho desligados do trabalho comunitário em prol da sociedade.

CONTACTO: A Elza Chambel propôs aliás, durante um dos encontros aqui no Luxemburgo, tentar recuperar esta segunda geração para o trabalho voluntário, nomeadamente para trabalhar na integração da primeira geração ou da nova vaga de imigrantes…

Elza Chambel: Absolutamente, porque são cultos, são integrados, estão bem colocados, podem realmente devolver aos seus concidadãos algo de que eles aproveitaram por estarem neste país. É uma questão de reciprocidade.

CONTACTO: Um estudo apresentado durante este encontro indica que os imigrantes participam menos em acções de voluntariado que os nacionais. Os portugueses no Luxemburgo estão pouco activos nesta área?

Elza Chambel: Se calhar ainda estão numa primeira fase. São activos nas festas, nas associações culturais, de desporto, recreativas, o que é importante, e até são solidários com certeza com o seu vizinho. Agora o trabalho social mais profundo, passar de um acto de solidariedade, de uma acção social, para um voluntariado organizado, comprometido, em que realmente é preciso, se eu me comprometo a fazer uma determinada actividade, ser àquela hora que eu vou e ser naqueles dias da semana, isso já não é tão fácil.

CONTACTO: Para isso tudo é preciso haver estruturas. Além das tais associações recreativas, parece-lhe que há estruturas em que o trabalho de voluntariado dos portugueses é possível, aqui no Luxemburgo?

Elza Chambel: Ouça, eu realmente não posso falar daquilo que não sei, mas a minha sensibilidade diz-me que a APL [Amizade Portugal-Luxemburgo] pode realmente ser uma boa estrutura de enquadramento. Não pode é fazer pesca de arrasto, tem de ser pesca à linha.

CONTACTO: Atrair um a um cada voluntário…

Elza Chambel: E cada um trazer um amigo, como realmente na cantiga do Zeca Afonso. Traz outro amigo também. Porque o voluntariado é um instrumento de cidadania, mas também é proximidade e afectividade.

Texto e foto: Paula Telo Alves

Homens da Luta mobilizam dezenas de portugueses no protesto dos indignados, no Luxemburgo - E o povo saiu à rua, pá!



Homens da Luta mobilizam dezenas de portugueses no protesto dos indignados, no sábado, na capital

Os Homens da Luta mobilizaram dezenas de portugueses que estiveram na place d'Armes no protesto do movimento dos indignados. Ao contrário dos protestos anteriores, que reuniram cerca de 20 pessoas, desta vez a praça encheu-se de manifestantes. Canções e palavras de ordem marcaram o protesto. "
As pessoas só querem uma vida melhor para si e para os seus filhos", exclamou Jel para uma pequena multidão, maioritariamente composta por portugueses, depois da entrada triunfal do grupo na place d'Armes, na capital.

"A linguagem da luta é universal", continuou o homem do megafone, que passou logo ao português quando se debateu com algumas dificuldades ao falar francês.

Prova da universalidade da linguagem da luta, a mesma que naquele dia se estendeu a toda a Europa (ver artigo infra), foram diversas as línguas com que várias pessoas se dirigiram à multidão. Fosse em português, em francês, em luxemburguês e até em inglês, todas as mensagens passaram pelas questões que têm abalado a Europa: o aumento do trabalho precário; a necessidade de se lutar contra os lobbies financeiros; a subida do custo de vida que coloca muitas famílias em dificuldades; as medidas de austeridade que apertam o cerco aos contribuintes.
Depois de entoarem as habituais palavras de ordem, ao som da sua versão de "O que faz falta", de Zeca Afonso", e também "E o povo, pá", o grupo português despediu-se do ambiente acalorado que se vivia na place d'Armes, mas não sem antes os organizadores do protesto no Grão-Ducado – a Real Democracy e a Attac-Luxembourg – agradecerem a presença "dos amigos portugueses". "Nunca pensámos que se pudesse fazer a luta da indignação com alegria", afirmaram. Em resposta, a praça toda explodiu numa salva de aplausos.

Os Homens da Luta cumpriram o prometido e trouxeram a alegria para as ruas do Luxemburgo. Ao abandonarem a place d'Armes, os portugueses presentes seguiram-nos sem hesitar, deixando para trás o espaço, anteriormente repleto, praticamente vazio.
Dali seguiram para a Grand-Rue, deixaram-se fotografar em frente ao edifício Cercle Cité, passando também pela rue du Saint-Esprit. Os transeuntes admiraram-se com o inesperado cortejo que invadiu as ruas do centro da capital de sons altos e cores berrantes. O desfile terminou na Montée de Clausen, onde os Homens da Luta se despediram do grupo de cerca de 40 portugueses que os seguiu, de uma forma quase religiosa, pelas artérias principais da capital do Grão-Ducado. "Camaradas, vemo-nos logo à noite", despediu-se Jel, referindo-se ao concerto que o grupo deu naquela noite por ocasião da festa dos 19 anos da Rádio Latina.

Ao mesmo tempo, um grupo de jovens luxemburgueses, que seguiu os Homens da Luta desde a place d'Armes, comentava entre si a inusitada situação que acompanharam naquela tarde soalheira do último sábado.

Texto: Irina Ferreira

Fotos: Manuel Dias

Voo inaugural do primeiro Boeing da Cargolux é hoje

O primeiro Boeing 747-8F com as cores da Cargolux já aterrou no Findel. A entrega do aparelho estava prevista para Setembro de 2009. Mais de dois anos em litígio.

Em causa estava a compensação do desempenho energético dos motores das aeronaves. A Cargolux não adianta o conteúdo do acordo, já que era confidencial. Se houve acordo financeiro (o mais provável), a Boeing nada revela, para não dar ideias a outras companhias aéreas.

O segundo avião deve chegar esta segunda-feira e vai reforçar a frota da empresa, reduzida a duas unidades desde que a Cargolux vendeu duas das suas versões mais antigas do 747 para a UPS. O 747-8F tem a sua primeira missão já nesta segunda-feira.

Protestos dos indignados na Europa: Dois luxemburgueses presos em Bruxelas

Dois manifestantes luxemburgueses foram detidos em Bruxelas, na noite de sábado, à margem do protesto dos indignados, por tentarem forçar a entrada num edifício da universidade. De acordo com a polícia, os jovens procuravam um local onde passar a noite.

Em Portugal, cerca de duas dezenas de manifestantes continuam acampados em frente à Assembleia da República, em Lisboa. Cerca de 100 mil pessoas participaram no desfile que se realizou entre o Marquês de Pombal e o Parlamento, no sábado passado, de acordo com os organizadores do protesto.

Em Itália, o ministro do Interior anunciou uma vasta operação policial que tem como objectivo identificar e levar perante a justiça os responsáveis pelos actos de violência em Roma, que causaram 135 feridos e mais de um milhão de euros de prejuízos.

Na Grécia, um grupo de estudantes interrompeu, no domingo à noite, o principal noticiário da estação de televisão pública do país. O grupo de indignados tentou que o apresentador lesse um comunicado contra as medidas de austeridade do Governo.

Cerca de cinco mil pessoas manifestaram-se em Frankfurt, na Alemanha, contra a política dos bancos, com base no exemplo do movimento de protesto norte-americano "Occupy Wall Street".

No seguimento dos protestos, um pouco por toda a Europa, a União Europeia insiste que a austeridade é o único caminho para resolver a crise da dívida e para fomentar o crescimento económico e a criação de emprego. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, reconheceram, no entanto, a legitimidade do movimento dos indignados.

I.F.

Cristina Branco regressa à Philharmonie, a 23 de Outubro

É uma das novas vozes do fado e até já lhe chamaram a fadista mais sensual da nossa época. Cristina Branco vai estar a 23 de Outubro, na Philharmonie, em Kirchberg.

Afadista Cristina Branco regressa ao Grão-Ducado para um concerto no domingo, 23 de Outubro, às 20h, no grande auditório da Philharmonie.

Cinco anos depois do seu último concerto no Luxemburgo, a fadista regressa à mesma sala para apresentar o seu novo álbum "Fado Tango", título que o disco tem na edição internacional, enquanto que em Portugal o álbum se chama "Não há só Tangos em Paris".

Natural de Almeirim (Ribatejo, 1972) Cristina Branco começou a cantar aos 22 anos, depois de o avô lhe ter oferecido um disco de Amália Rodrigues. Nessa idade preferia Billy Holliday, Ella Fitzgerald, Janis Joplin e Joni Mitchell. Mas depois de descobrir Amália no disco "Rara e Inédita", dedicou-se ao fado, com o precioso e constante apoio do guitarrista/compositor e marido Custódio Castelo.

Foi em Amsterdão que pisou um palco pela primeira vez, em 1996, e quase por acaso, esse concerto lançou a sua carreira de fadista. Do concerto é feito um CD, "Cristina Branco Live in Holland", em edição de autor. Mil exemplares que se vendem imediatamente, logo seguidos por edições sucessivas, até se chegar aos cinco mil discos vendidos. Foi com este trabalho que tudo começou.

Dez álbuns depois, surge "Fado Tango", uma viagem transatlântica entre o fado e o tango com escala em Paris. Um trabalho que conta com letras de Manuela de Freitas, António Lobo Antunes, Vasco Graça Moura, Carlos Tê e Miguel Farias, com canções assinadas por Mário Laginha, João Paulo Esteves da Silva, Pedro Moreira, e músicas de Jacques Brel, Carlos Gardel e Isolina Carrillo.

Hoje, aos 38 anos, Cristina Branco é uma referência incontornável do fado português. Dona de uma voz suave e profunda, as suas actuações são sempre sensuais, intensas, dramáticas e, ao mesmo tempo, frágeis e intimistas. Este será o terceiro concerto de Cristina Branco no Grão-Ducado, depois de ter passado em 2001 por Beckerich e em 2005 pela Philharmonie.

Neste concerto vem acompanhada por Ricardo J. Dias (piano e accordeão), Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola) e Bernardo Moreira (duplo baixo)

Os bilhetes custam entre 9 euros (tarifa reduzida) e 35 euros e podem ser obtidos na Philharmonie, no site www.philharmonie.lu ou pelo tel. 26 32 26 32, ou junto do Luxembourg Ticket, pelo tel. 47 08 95-1.

Texto: JLC

domingo, 16 de outubro de 2011

Sérgio Godinho está esta semana no Luxemburgo para um concerto e para animar palestra sobre música portuguesa

Sérgio Godinho vai falar sobre o papel da música na sociedade portuguesa nos últimos 40 anos, no Lycée de Garçons, em Esch-sur-Alzette, na quinta-feira, 20 de Outubro, às 18h.

O cantautor vai estar presente na palestra na véspera do seu concerto no Centro Cultural Kinneksbond (sexta-feira, dia 21), em Mamer.

O músico português, que assinala este ano 40 anos de carreira, vai revisitar os grandes êxitos da seu percurso musical e apresentar algumas canções do seu último trabalho, "Mútuo Consentimento", em Mamer.

Ainda há bilhetes

O concerto ainda não está esgotado. Os ingressos custam 25 euros e estão à venda no Kinneksbond e nas agências da CGD. Os interessados em assistir à palestra devem contactar o Kinneskbond, através do email jessica.lobo@kinneksbond.lu ou por telefone (263 95 133) ou no site do Kinneksbond em www.kinneksbond.lu

Jason Lopes é o novo Mister Cabo Verde no Luxemburgo

Jason Lopes é o novo mister Cabo Verde no Luxemburgo. O jovem descendente cabo-verdiano de 24 anos foi escolhido entre 10 concorrentes. A segunda edição deste evento aconteceu sábado no Centro Cultural de Hollerich.

Para Jason foi uma surpresa ter ganho o concurso. Apesar de gostar de moda nunca teve coragem para se meter nestas andanças e acabou por ser a irmã a inscrevê-lo no concurso. "Fiquei muito contente por ter ganho", confessou ao CONTACTO. Segundo Isa Conceição, organizadora do evento, "Jason foi uma surpresa para todos pois quando chegou não sabia andar, ele mostrou que a disciplina e a assiduidade nos treinos fazem milagres." Como prémio Jason irá receber uma uma viagem a Cabo Verde e 300 euros.

O júri formado por cinco membros, todos ligados ao mundo da moda no Luxemburgo, contou também com a presença da terceira classificada no Miss Global Internacional, Yasmine Lima. Além do jurí também o público pode dar a sua opinião e votar no seu candidato preferido.

A escolha não foi fácil e por isso mesmo a organização decidiu, sob carácter especial, criar a categoria mister sexy. Havendo portanto mais cinco categorias além do grande vencedor: mister fotogenia (Joel Nunes Varela), mister simpatia (Marcolino Delgado), mister sexy (Elísio Delgado) e os primeiro e segundo delfins (José Pires e Fred Sousa).

Apesar da fraca adesão por parte da comunidade cabo-verdiana, tendo em conta o sucesso do ano passado, Arlindo Gonçalves e Isa Conceição, organizadores do evento, fazem um balanço positivo desta segunda edição e prometem continuar nos próximos anos. "Tentamos sempre fazer o melhor para a nossa comunidade", sublinhou Arlindo Gonçalves.

Aleida Vieira
Foto: Manuel Dias

"A Gaivota" de Tchekhov em cena na cidade do Luxemburgo

A obra emblemática de Anton Tchekhov, "A Gaivota", sobe ao palco do Grande Teatro, junto ao Glacis, na capital, nos dias 17, 21, 22, 23 e 24 de Outubro. "A Gaivota", escrita por Tchekhov em 1895, narra os conflitos de um jovem escritor, Treplev. Concebida pelo autor como uma comédia, tem sido interpretada por alguns como um drama ou uma tragédia.

A peça está marcada para as 20h, excepto no dia 23, em que começa às 17h. O preço dos bilhetes é de 20 euros (adultos) e de 8 euros (jovens).

Condutores jovens: Na Noite Sem Álcool, 21,8 por cento excedeu taxa legal

Um em cada cinco dos jovens fiscalizados na "Noite Sem Álcool", no sábado, acusaram excesso de álcool no sangue.

Os números representam, ainda assim, uma redução de 5 % face ao ano passado, diz a organização de prevenção juvenil "Young Drivers". O relatório mostra ainda que os motoristas do sexo masculino estão em maioria: 56,4 %.

O objectivo desta operação é educar os jovens condutores para uma condução responsável e sem álcool.

Esta acção de sensibilização passou pelas Rives de Clausen, M Club e Magnum, na cidade do Luxemburgo, locais badalados da noite luxemburguesa.

Do total de jovens fiscalizados, entre 16 e 25 anos, a maioria recebeu uma prenda por "boa conduta moral", enquanto 21,8 % teve de regressar a casa por meios alternativos mais seguros.

Novo arcebispo do Luxemburgo ordenado neste domingo

A cerimónia da ordenação do novo arcebispo do Luxemburgo neste domingo.

Jean-Claude Hollerich sucede ao ainda vigário-geral da diocese do Luxemburgo, monsenhor Mathias Schiltz. A cerimónia de ordenação está marcada para a catedral da cidade. Na ocasião, o novo arcebispo faz o juramento de obediência ao Papa.

Foto: Serge Waldbillig

sábado, 15 de outubro de 2011

Salão do Cartoon em Differdange a partir de hoje e até 30 de Outubro

O Salão Internacional da Caricatura e do Cartoon de Vianden chega agora a Differdange.

Os trabalhos da edição deste ano, cujo tema é o capitalismo, estão em exposição a partir de hoje e até 30 de Outubro, no centro Marcel Noppeney, em Obercorn.

A exposição está aberta ao público todos os dias entre as 15h e as 19h.

Foto: site oficial do salão